domingo, 28 de outubro de 2012

dança é desenho. esfera de luz



dança é desenho
minha mão faz um do
de
ca
e
dro
no espaço
eu sou espaço

dança.é
tudo.é
desenho.é
dançar é desenhar

sim

vISLUMBRE
a esfera da luz
aqui
agora
em mim
eu sou tudo
ou será que não?
SIM!
DANÇAR
alí!
eu vi
"vi.vendo
vi.verei"

eu vi também

dança é desenho
corpo é espaço
calma silencio
catarse
agora
futuro
flor




e

zaitochi



a esfera se foi
é sempre
só vislumbre
mas pulsa





terça-feira, 9 de outubro de 2012

degas.fotografia.pintura.esfera de luz.memória

desde o começo da experiência com ernesto bonato algo que nos acompanhou foi o registro através da fotografia. esse registro, tanto presente nas palestras de powerpoint de ernesto sobre suas experiências anteriores, quanto presente no registro das atividades do ateiliê, nos possibilitou estabelecer uma linha bem clara das ideias e meios que ele tinha para nos levar a um lugar especial, que nos instalamos e vivemos agora, uma condição possibilitada pelo fazer.
 é interessante observar que a fotografia registra instantes bem específicos, e, se utilizada com frequência, mostra a passagem do tempo, como um stop motion prolongado. pudemos ver nosso avanço e a mutação física, das pessoas e do espaço do ateliê. o mesmo ocorre em grande escala com a cidade, quando vemos os arquivos fotográficos antigos, documentos preciosos à memória de uma população. 
bom, essa importância de registro da passagem do tempo, coisa misteriosamente rica, vem atrelada à beleza intrínseca do fazer uma imagem.

   Num fluxo contínuo um momento é congelado, um instante preciso, que,                separado desse fluxo, revela por vezes a essência de seu movimento, a disposição de   suas partes. Esse congelamento da luz na placa sensível é um ato secundário, sendo sua fonte a visão, o olho. Mas ainda assim é primário enquanto ato do fazer e qundo, depois, é mostrado - o olho se encaixa no no olho da lente, e indica o que vai ser gravado pela luz na prata. mas outro olho (de quem vê a imagem "já pronta") vai ver a impressão {ampliação - foto}. - Todo este ato de registro então, pode - e é - interessante, por isso, e gera imagens belas, se se alinhar à beleza desse fluxo-fonte. 
 
Está aí, ao meu ver, uma das mágicas da imagem. Essa reflexão a respeito da fotografia nos levaà uma segunda reflexão: sobre qualquer imagem feita. Obviamente não é só a fotografia que registra a passagem do tempo, a pintura condensa por vezes em uma só imagem infinitos momentos, pois é um registro direto do corpo - da visão, do olho, do tato, do olfato, enfim, do sentidos, da sensação -  através do corpo - idem -  do homem, que percebe ao mesmo tempo mil momentos e tenta registra-los, compreende-los e depois mostrar o fruto de sua busca: a imagem. Pois essa busca pode ser interna, e a pintura permite o registro dessa viagem por dentro, enquanto a fotografia nos dá as projeções da luz nos espaços exteriores - o que também não significa que as imagens produzidas pela luz não são registros internos, pelo contrário, mas por aí vamos à loucura, preciso ter algum foco.


Edgar Degas, A família Bellini, 1858-67, óleo sobre tela, 200 x 250 cm, Musée Dorsay, Paris.







sábado, 8 de setembro de 2012

Ukiyo-e: xilogravura japonesa


a xilogravura japonesa difere em muitos pontos da gravura ocidental e de suas variações. 
a tinta usada na xilogravura que normalmente fazemos aqui é a base de óleo, uma tinta tipográfica ou offset e, geralmente, usamos para imprimir a imagem uma prensa ou uma colher de pau. 
no ukiyo-e a tinta é a base d'água, uma espécie de têmperaguache, um pigmento misturado em água que é misturado na própria matriz com uma goma de arroz moti, como a têmpera. a impressão é feita com o baren, um trançado de folha de juta em forma de uma bolacha circular coberto por uma folha de lótus. o papel e a madeira são umedecidos, então a tinta é transferida para o papel com mais facilidade. a água é essencial em todo o processo, ela gera na tinta, na matriz e no papel uma fluidez, uma conexão, uma ponte. 
a principal ferramenta na estampa japonesa é a faca, ela é o lápis, o pincel que corta. é a faca que dá exatidão e minúcia na linha; na gravura ocidental é mais comum para o desenho gravado o uso das goivas em u e v, e faca delimita, faz formas mais duras. as ferramentas, no formato também são diferentes, apesar de haver uma mistura nas origens do uso. a marca "tombo" simula uma ferramente de gravura japonesa, mas seu formato é bem mais simples, e bem mais frágil, de menos qualidade. 
os videos mostram bastante esses processos, e há uma boa quantidade de videos que demonstram com mais detalhes os passos. esse primeiro mostra o ateliê de David Bull, canadense que vive hoje no Japão fazendo estampas antigas da gravura japonesa tradicional. ele tem um site bastante interessante que mostra seus projetos recentes e sua forma de trabalhar: http://woodblock.com/
o segundo mostra passo-a-passo sem muitos detalhes o nascimento de uma estampa, desde o desenho feito ao natural até a impressão em cores.



david bull



hotei engraving





sexta-feira, 10 de agosto de 2012

encontros

eu tenho a ligeira impressão, e talvez tive uma confirmação na conversa com um amigo, que os cariocas, principalmente os músicos tem o hábito de constantemente fazer reuniões para tocar, conversar, ouvir música,  nas residências de cada músico. encontros produtivos. tenho muita vontade de fazer mais isso, de unir os artistas e interessados em arte pra adentrar na madrugada fazendo coisas úteis.
sempre que vejo esse video fico com essa sensação muito boa de que eles dois faziam muito esse tipo de encontro, e sem medo, faziam uma porrada de músicas.
acho que está faltando isso em nós

terça-feira, 17 de julho de 2012

Árvore forte e grande da animação russa

NESSE próximo semestre vou desenvolver um projeto de animação que é inspirado, entre outras milhões de coisas, em animações russas. a Rússia tem uma mega escola de animação antiga pra carái, que me deixa com lágrimas nos olhos amigos. conheço poucos e bons, mas são poucos e bons! eles usam uma mesa de vidro e, ora usam pinturas montadas, como bonecos de papel, ora pintam em cima de um vidro nessa mesa d´luz. é lindo e MUITO trabalhoso. e a música, como bem disse o brow chacur, é do caralho também. por isso, agora revelo a razão pela qual o blog leva esse misterioso título, que a elite dos meus leitores seletos poderá estar procurando aí no googletranslator, site utilizado para o fim contrário, se que vcs não me entendem. mas voltando à vacafria: os russos tem muitos talento e poesia.

Yuri Norshtein, ou Youri Norstein
"heron and crane",
o primeiro que eu conheci


bashô!!!

                                     bashô!!!!!!!

outro. "tale of tales" - parte 1
esse tem continuação, que fica na conta dos interessados procurar.

agora Aleksandr Petrov:

 já é outra pegada. um pouco brega no começo, eu arrisco dizer. mas tem planos incríveis, tipo pinturas acabadas, se movendo: essa é a coisa. é uma pintura se movendo, falando, vibrando. o plano do véio na rede, acordando do sonho com os leões, !!!!, é lindo. foi legal e chato ver esse video pq eu estava lendo o livro e acabei descobrindo o final. mas td bem.

Tem alguns videos no youtube que mostram os brows fazendo o rolê todo no studio - incrusive o site do Yuri Norshtein é esse aqui: http://norshteyn.ru/eng/index.php, que é muito bom, tem tudo, vê aí! - tipo isso:

esse é do Aleksandr Petrov




akram khan, sidi larbi cherkaoui, antony gormley, romã

ENCONTREI esses dias vagando na maré de veludo da internet um artigo sobre o artista antony gormley. essa maré me pegou, na real, pq eu queria pelamor de deus saber porq raios o facebuk tava dando 404, e fui na folha.com e vi o anuncio na parte de artes sobre esse escultor inglês doido, que tava expondo pelo último dia, dia 15, cujo dia eu estava vivendo naquele dia, no ccbb. então procurei o nome dele no google e vi que dentre os resultados tinha um video. por curiosidade e força inevitável do destino era um video-dança, parceria do escultor com um coreógrafo descolado chamado sidi larbi cherkaoui. mas era interessante, posso dizer. dança + artes marciais + minimalismo ou seilá. mas, pode crer. "sutra"





monges shaolin brows. aí eu fiquei interessado e entrei na maré aveludada do youtube! e, pois então encontro outro cenógrafo brisa, chamado Akram Khan. esse merece letras maíúsculas, pq o brow é bão. se o sidi larbi mistura dança e artes marciais, que é um negócio bem loco, o segundo tem influências do kathak, da dança indiana. e os dois trabalharam juntos em vários projetos, que ficaram tbm bem interessantes. os dois levaram essas influências pra essa trabalho "zero degrees". 




a parte que eu mais gosto é a que eles meio que lutam é bem bonito e me lembra muito as cenas de luta de filmes marciais, que não ficam atrás nas questões relativas à beleza de uma dança. fica bem evidente isso em alguns filmes finesse tipo "herói", ou "drunken master" - um dos primeiros filmes do jackie chan, esse que fazia parte do balé de pequim, me disseram. Eu gosto de pensar que ele de fato é um dançarino, assim como todos os lutadores de algumas artes marciais. porra, kempô é uma dança!taichi dispensa comentários.  tem uma cena desse firme (drunken master), aliás, que é uma dança cômica maravilhosa. começa aos 6 min desse video. mas digo-vos, vejam inteiro, pois tem tudo no you tube (por sorte!), e é um filme realmente divertido e bonito. 



Nessa onda da dança misturada a outras linguagens pensei em juntar um grupo de fazedores de diversas áreas, músicos, designers, plásticos, dançarinos, cineastas, lutadores, iogues, massagistas etc e fazer experiências periódicas em construir experiências que ensinem tudo a todos do grupo e possam levar todos ao êxtase da arte. no futuro, ou agora já, faremos!